De África a Portugal
Meu avô
A história do azeite na nossa família começou em 1930, quando o meu avô paterno, Ismael Martins, o mais novo de 12 irmãos, regressou de África, para onde foi com apenas 14 anos, trabalhando como marçano (ajudante de merceeiro).
Com 25 anos e tendo-se tornado comerciante de café, o meu avô regressa para a sua terra natal, Alfândega da Fé, no nordeste de Portugal. Partindo da experiência ganha em África ele estabelece uma sociedade comercial que negoceia cortiça, mel, amêndoa e azeite.
Descobrindo a sua paixão por este último produto, acaba por adquirir pequenos olivais, tornando-se também ele um pequeno produtor.
Em 1952 nasce o meu pai, Mário Martins, que se torna médico de profissão, e que passa grande parte da sua vida a trabalhar em outras zonas do país. Apesar da distância, os meus pais procuram estar sempre a par das decisões que o meu avô tomava em matéria de administração da propriedade adquirida.
Como me tornei produtor de azeite
Eu
Eu nasci em 1984, irrequieto e aventureiro de feitio, torno-me engenheiro do ambiente de profissão. Após o curso, e trabalhando apenas um ano na área, decido tentar algo por conta própria e aproveitar o meu gosto pela natureza , pela qual sempre mantive uma grande ligação.
Começo por participar nas actividades agrícolas sazonais, a aprender e a ganhar-lhe o gosto. Nesta altura decido explorar os nossos olivais, felizmente nunca vendidos, e valorizar o nosso azeite com a ajuda dos meus pais, que entretanto regressam também a Alfândega da Fé. Sempre com o objetivo de preservação do ambiente, obtenho formação em agricultura biológica, seguindo-se outras tantas relacionadas com a forma de obter um produto de qualidade superior.
O azeite, que sempre acompanhou as nossas refeições e um dos símbolos da dieta mediterrânea, surge então como uma verdadeira paixão, que eu aqui apresento.